quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Despedida

Um inicio, um meio e um fim. A vida é assim, e tudo que há nela também é assim. Michael Jackson morreu, o Império Romano teve seu fim, as estrelas, tão belas como só elas, morrem... e agora, minha participação neste blog também chega a seu fim.
Quase um ano de blog e mais de 3 mil acessos. Foi tão bom, e tão rápido, que pareceu até um orgasmo. Mas não se preocupem, não será meu fim , ainda, e espero que não seja tão cedo, como blogueiro. Passarei a postar em outro blog, onde serei o único autor. Lógico, contando sempre com a participação de vocês, se não, não tem graça nenhuma.
Alexandre já confirmou, dará continuidade a este blog. Eu, quando estiver com o outro blog pronto, que será de tematica variada, avisarei a vocês. No mais, agradeço a todos que, neste tempo, tanto me ajudou a fazer este blog. Um super beijo no coração de todos. Fim.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Olha só a nossa resposta pra eles...

Nós, do Homoafetivos, repugnamos qualquer tipo de preconceito, seja ele pela cor, raça, credo, sexo, time de futebol... Acreditamos que esta prática leva o homem à forma mais próxima da ignorância. Eu, particularmente, me sinto envergonhado por ver um semelhante meu exercendo essa pratica tão grotesca. Sendo assim, me senti na liberdade de postar este texto, que recebi via email, e que responde a uma declaração no Twitter feita por alguém infantil, digo, ignorante. Desculpem crianças, vocês não seriam capazes de tamanha ignorância.
Peço licença à José Barbosa Junior, autor do texto.

Calem a boca, nordestinos!

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz? Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré, Sergipe nos deu Tobias Barreto e Hermes Fontes e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia... Ah! Nordestinos...Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!” Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!
José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.

domingo, 31 de outubro de 2010

Irracionais

Sinceramente, eu não estou entendendo mais nada.
Eu pensava que neste mundo, amar era um direito de todos.
Eu pensava que neste mundo, sonhar também era um direito de todos.
Pensava eu que todas as crianças tinham direito à uma família. Que todas elas tinham um lar, onde nele, encontraria o conforto de um abraço carinhoso.
Pensava também que, todos seriam visto pelos seus talentos, e não pelos seus bens materiais.
Pensava eu que, amar um ao outro assim como a ti mesmo, era tão comum quanto o vai e vem das ondas do mar.
Pensava, ainda que um pouco duvidoso, que todos eram vistos sem cor, ou raça.
Cheguei a pensar também que não mataríamos nossos semelhantes, armaríamos guerras, apenas por riqueza material.
Pensei que não chegaria o fim de uma relação familiar saudável, só porque o filho se mostrou homossexual. Pensei que todas as famílias viveriam como família. Oi?
Pensei que um dia eu veria o homem pensar. Uma pena, somos apenas animais, irracionais, metidos a racionais. De tão desumanos que somos, achamos que somos humanos.
Como eu fui bôbo...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Aquela noite


Dentro de mim mora outrem
Que só em ti tem pensado.
Não mais me pertenço.
Foi culpa daquela noite enluarada
Em que em teus braços eu adormeci.
Me entreguei por completo.
Seria apenas uma noite,
Esta noite não se findou. Não pra mim.
Até hoje vivo aquela noite,
Parece que foi ontem.
Aos pouco fui me deixando acreditar em ti
Aos poucos fui me permitindo,
E você alcançou meu coração.
Você me prendeu. Me conquistou.
Me deixa radiante
Em saber que você também ainda vive aquela noite.
Me deixa mais radiante
Saber que aquela noite ainda vive em nossas memórias.
Sua coragem te fez acreditar na promessa da Lua
Que aquela noite se perpetuaria.
E me fez acreditar. E eu acreditei.
E se concretizou.

domingo, 24 de outubro de 2010

Liberdade, de verdade


Consciência: Por que você não se acalma?
Emoção: Não, isto não é justo.
Consciência: Mas pra tudo na vida há seu tempo.
Emoção: O meu tempo já deu, não aguento mais. Eu quero ser livre, poder demonstrar a quem eu amo o que sinto. Eu quero ser eu mesmo.
Consciência: Mas e se você quebrar a cara?
Emoção: Eu acho ótimo. Só assim eu acabo logo com isso tudo de uma vez por todas, eu tiro minha vida e está resolvido.
Consciência: Mas se você tirar sua vida, já imaginou como vão ficar as pessoas que te amam? Não seria egoísmo seu, acabar com seus problemas e fazer nascer o problema de todos que te amam?
Emoção: Não. Ninguém é obrigado a me amar. Ou me aceita do jeito que sou, ou não tem acordo. Se me ama, então não me questione. Não pedi pra me amar.
Consciência: Mas do jeito que você é, eles não conseguem entender. É novo pra eles. É estranho. É diferente. Eles têm medo do diferente.
Emoção: Não tenho culpa que seja diferente pra eles. Século 21 meu bem, se foram educados de uma outra maneira... só lamento. Não sou eu quem vou pagar o preço por ser diferente pra eles. Já sofri demais a vida toda. Foram noites solitárias, com choros, por ser “diferente” e não poder contar com ninguém. Preciso ser livre. Preciso viver, ao meu modo, daqui por diante.
Consciência: Você só está pensando em você.
Emoção: E quem está pensando em mim? Além de mim, claro. Será que eles já se colocaram no meu lugar?
Consciência: E você, já se colocou no lugar deles?
Emoção: Já! E no lugar deles tudo é bem mais fácil. Eles não são obrigados a esconder dos outros a pessoa que ama. No lugar deles, eles não são discriminados, espancados, e humilhados, até mesmo dentro de casa, por ser “diferente”. Eles não olham pra própria mãe deles, e a vê triste, tendo eles contado a ela que não NASCEU do jeito que ela esperava. Eles não passam a vida toda com medo de contar algo, de que eles não têm culpa, ao pai. No lugar deles, eles não são xingados no meio da rua por serem diferentes...
Consciência: Então vai enfrente, mas saiba que vai arcar com as conseqüências.
Emoção: Ok. Abrirei a porta do armário e serei livre. Lá dentro era escuro, e o medo estava sempre me rondando. Ninguém conseguia me escutar aqui de fora. Nem gritando eu conseguia me comunicar. Não dava, até porque era preciso omitir tudo. Agora não, agora eu tenho voz. Posso me impor. Agora eu sou eu. Sou mais forte.
Eu venci. Venci porque consegui me aceitar. Consegui derrotar o medo que me limitava. Hoje é possível sonhar com tudo que me é de direito. Hoje... e pra todo sempre.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Duelo de titãs



Na mitologia grega, titãs eram divindades que travavam batalhas contra outros deuses do Olimpo. Eram guerras sangrentas, por se tratarem de lados fortes e que tinham seus objetivos a defender.
Imagine que em nossas vidas também ajam esses deuses que vão nos dando rumo. Sentimento X Razão. Está aí uma batalha digna dos deuses. A quem dar prioridade na hora de fazer escolhas, ao coração ou à consciência?
Uma hora ou outra nos veremos em uma batalha dessas, em que ficaremos divididos entre a razão e o sentimento. As vezes perdemos noites em “batalhas”. Os titãs pretendiam dominar os céus, nós, quando estamos em batalha, pretendemos alcançar uma escolha que seja a melhor pra nos sentirmos no céu. É sempre pretendendo fazer a escolha certa que entramos nessa batalha. Um golpe errado pode ser fatal. É preciso muita habilidade e experiência digna dos deuses para não sermos derrotados.
Depois de anos de batalhas os titãs foram expulsos dos céus. Talvez eles tenham feito escolhas erradas em suas estratégias. Se nós, na hora de fazermos nossas escolhas não nos atentarmos bastante e avaliar se a razão ou a emoção deve sobressair na hora da decisão, podemos também sermos “expulsos dos céus”!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Hoje acordei mais feliz. O sol aqui em minha cidade brilha tanto quanto os meus olhos. Os pássaros cantam tão forte quanto eu no chuveiro quando tomava meu banho matinal. Minha frase no MSN hoje foi a seguinte: Obrigado Deus por me permitir essa felicidade.
Mas neste momento eu me pergunto qual o motivo dessa felicidade toda, e a principio não consigo responder ao certo. Porém, alguma coisa não me sai do pensamento. Aliás, corrigindo, alguém não me sai do pensamento. Será ele o motivo dessa felicidade toda? Por que quando eu o abraço sinto algo estranho e bom ao mesmo tempo no peito? Nunca senti isto antes. Quando eu o vejo, é involuntário, um sorriso se abre no meu rosto. Ele intimamente e carinhosamente me chama de “meu pretinho”, me abraça em seguida, e aí eu me sinto tão leve, que só dá vontade de beijá-lo. Alguém aí me responda: são esses os sintomas de quem está apaixonado?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Nossa realidade... é foda!


É FODA! Foi essa a única expressão que eu consegui achar para caracterizar o que os gays têm sofrido.
O número de suicídio entre os gays só tem aumentado, e não por conta da não aceitação de sua condição, mas sim pelo sofrimento de enfrentar uma rejeição, até mesmo dentro de casa. O número de homicídios contra os homossexuais também é assustador, isso por causa do grande número de ignorantes homofóbicos que não foram educados lá na infância a conviver com as diferenças.
É foda você se dedicar tanto há um relacionamento, e de repente ver casais heterossexuais infelizes porém casados, e você que é tão feliz com seu companheiro ter esse direito negado. É foda quando você quer fazer parte da vida de uma criança, querer adotá-la para dar uma condição de vida melhor, dar amor, dar esperança àquela criança, mas ter esse direito negado só porque seu companheiro é do mesmo sexo que o seu.
É hipocrisia dizer que não existe a homofobia, existe sim. Tá aí a prova, e isto tem que mudar. Avança Brasil. Logo.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fazendo Arte


Sabe quando você vai à uma galeria de arte moderna e não entende nada do que está pintado naquela tela? Você chega a se perguntar se ali é mesmo arte ou não. Mas a gente entendendo ou não, achando bonito ou não, os críticos de arte dizem ser uma obra prima, e são obras valiosas.
Pois é. Tem gente que vê os gays e também não entendem nada. Tem gente que vê a homossexualidade e diz não entender como isso pode existir. Mas o impressionante é que tem gente que não entendendo nada sobre o assunto, não se dá nem o direito de se tornar sequer amigo de um gay, mas acha que pode humilhar, desprezar , discriminar os gays apenas por não seguir um padrão ditado por sabe-se lá quem.
Pois saibam que, assim como existem obras primas que a gente vê e não entende nada do que está ali pintado, e que mesmo assim são caríssimas, também existem gays que, mesmo ninguém entendendo o porquê daquela condição de homossexualidade, são muito valiosos, são talentosos e verdadeiras obras de arte... e assim como as artes, em que os críticos podem julgá-las, só quem os conhecem profundamente pode se dar o luxo de fazer algum juízo sobre eles.
"Se preoculpe com a pintura da sua tela, e deixe que o outro pinte a dele em paz."

domingo, 22 de agosto de 2010

A cura


A humanidade está doente. Como entender tantas guerras, tantas disputas entre povos?
Trazendo exemplos mais próximos do nosso dia-a-dia , não dá pra aceitar que é normal estes tão assustadores casos de discórdia entre as pessoas. Os familiares não se entendem como deveriam, filhos não conhecem a história dos pais. Pais, não sabem sequer quais os sonhos dos filhos. São estranhos morando na mesma casa!
Nega-se uma possível amizade por conta da cor da pele, pela orientação sexual, pela nacionalidade, enfim, negam-se amizades. São negros xingando brancos, brancos xingando albinos... albinos xingando, xingando e xingando... Gays são xingados, e xingam também. Os ditos “másculos” xingam os “afeminados” , os “afeminados” xingam os “travestis”, os travestis xingam as lésbicas, as lésbicas xingam, xingam e xingam ... e quando vamos parar de xingar uns aos outros? E quando vamos amadurecer? E quando vamos erradicar a humanidade dessa pandemia, o preconceito?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

       Sim, hoje estou mais gay. Não, não me tornei uma passiva louca. Nem acredito que passivos estejam num nível maior de viadagem homossexualidade, nem que hajam tais níveis. Mas é que hoje estou mais alegre. Orgulhoso também, por que não? Não por ser gay, não vejo mérito nenhum nisso, mas por assumir esta condição sem vergonha, apesar de um nervosismo que sempre bate na hora de falar. Um dia, ficarei livre dessa ansiedade também, medo bobo de perder talvez nunca tivera. Bem mais gostoso é sentir a segurança de saber que quem está comigo gosta de mim do jeito que sou. Assumir não só mostra quem você é para os outros, mostra também quem os outros são.
A armadura que te protege pode acabar te sufocando.

sábado, 24 de julho de 2010

Que "merda" de sentimento


Quem inventou essa tal “solidão”? E a “saudade”? Provavelmente seus inventores morreram do próprio veneno.
O amor... que sentimento louco é esse q nos faz sentir esses venenos? As vezes um mar de sorrisos, outras vezes um ladrão do mesmo. Isso é o amor. Quando não se tem a pessoa amada ao seu lado a solidão chega e te faz companhia. Triste companhia. Te trás de presente um vazio, que só será preenchido com aquela pessoa especial. Amigo não resolve, família também não. Eles não preenchem aquele vazio. Não que estes não sejam importantes, são, mas eles ocupam outra área do coração. Não são suficientes.
E a saudade? Misericórdia de quem a sente Senhor. Misericórdia. Não existe antídoto. Não existe solução, apenas aquela pessoa amada ao seu lado pra acabar com essa dor. A saudade nos deixa carentes. Queremos mimo. Ficamos tristes. Desanimados. Mas por que isso? “Qual é” a desses sentimentos?
É possível ser feliz sozinho? Se eu pudesse escolheria não sentir saudade, não sentir solidão, não me sentir carente , e até mesmo conseguir não amar ninguém. Quem sabe não evitaria a tristeza. Mas não é possível. Não é possível porque não somos capazes de mandar nos sentimentos. O que dá pra fazer é tentar lidar com eles, por mais difícil e dolorido que seja. Tentar.
(Peço desculpas pelo título deselegante, mas é que serve de desabafo. Espero que entendam)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A inquisição gay

Já passada a era da inquisição das bruxas na Idade Média, onde estas representavam um perigo eminente para a sociedade, hoje estamos diante de uma nova inquisição: A inquisição gay.

A bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como sendo uma mulher desprovida de atributos dos padrões societários, manipuladora da magia negra. Inegável quesito para uma grande repressão por parte da igreja fomentando assim uma era de caçada as bruxas. Não muito diferente, apenas com uma suavidade maior é a questão GLBT nos dias atuais. Algumas religiões admitem a realização do “exorcismo gay”, uma verdadeira caçada àqueles que admitem e se reconhece como homossexual. E não também distante da realidade da bruxaria, a homossexualidade é desprovida de padrões sociais e religiosos, risco eminente de estado de anômia para a instituição denominada família. Consiste aqui, o negável quesito para a caçada aos gays na questão GLBT.

Esse movimento exorcista vem crescendo principalmente nas religiões evangélicas, das quais apresentam maior resistência ao desvio dos padrões. Por serem seguidores potencialmente fortes da postura bíblica e por “ajudarem aqueles que pretendem se converter ao Evangelho de Jesus Cristo” deixando assim a homossexualidade, muitos deles são taxados de homo fóbicos pela militância gay. Talvez assim são, porém devidos as diversas correntes religiosas, algumas são mais enfáticas que outras o que levam a um ritual muito perverso da conversão. Na verdade há uma divergência de concepções e convicções à respeito do fato em suas mais diversas manifestações religiosas. Se por um lado algumas persistem e conservam uma intolerância, por outro há manifestações de conscientização e mudanças sobre essa tão debatida orientação, realizando até casamentos GLBT dentro da própria religião. A exemplo temos a Igreja Contemporânea, uma denominação evangélica pentecostal criada há um ano no Rio de Janeiro para abrigar um rebanho sem lugar na maioria das denominações religiosas: os gays.

Posto assim, a idéia ou a convicção de que o exorcismo, palavra brutal designada para o extermínio de uma condição inata, torna-se algo totalmente contraditório em sua concepção, ameaçando o livre arbítrio humano. Se formos nos reportar a outras religiões que se mostram “neutras” em relação a homossexualidade podemos visualizar outros tipos de concepções mais coerentes ao que tanto se condena. Refletiremos assim com uma corrente espírita segundo Chico Xavier:

“Se as potências do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro, nos recursos gustativos, nas mãos, na tatilidade com que as mãos executam trabalhos manuais, nos pés... Se todas essas potencias foram dadas ao homem para educação para o rendimento do bem, isto é, potências consagradas ao bem e a luz em nome de Deus, seria o sexo em suas várias manifestações sentenciadas às trevas?” Chico Xavier.

Texto de Rafael Alcantara

"Rafael Alcantara é sociologo, formado pela UFS."

domingo, 4 de abril de 2010

Luto


LUTO - do Aurélio 1.sentimento de dor pela morte de alguém, 4. Consternação.

É esse o estado em que muitos pais se encontram quando recebem a notícia de que seu filho é gay. Aquele filho que sempre esteve ao seu lado falece. De repente, como em um passe de mágica nasce outra pessoa. Pensa-se que nasce um ser de outro mundo. Um ser que não conhece o respeito, que não tem juízo. Falece o filho que confiava nos pais, que amava a família e que tinha responsabilidades.

Injusto. Nada disso é verdade. Contar aos pais que é gay, nada mais é que um ato de confiança. Uma prova de que a verdade é o desejo do filho para com os pais presentes. A verdade é que, aquele filho que sempre existiu continua ali. Aquele filho que cresceu ao lado dos pais ainda está vivo, com os mesmos atos, com a mesma face. Não morreu. Não mudou. Apenas mostrou uma característica antes desconhecida pelos pais, a homossexualidade.

E quando esse sentimento de consternação vai acabar? Não há um tempo exato. E é natural que os pais sintam essa aflição. É uma notícia nova, um baque ( Por que é um baque? Não deveria ser. Mas continuando...). Porque infelizmente nossa sociedade não está preparada pra receber filhos homo afetivos, por enquanto. Mas quando esse abatimento é por acreditar que aquele filho responsável, o filho dotado de juízo, o filho carinhoso, talentoso, esse faleceu, nesse momento já esta ofendendo a honra do filho. Não dá pra aceitar. E pra mudar essa visão dos pais, somente com uma boa conversa. Não há outro remédio. Mas ser visto com outros olhos é que não dá pra aceitar.

domingo, 28 de março de 2010

Apenas permita-se


Permita-se realizar, não apenas desejar.
Permita-se sonhar, não apenas esperar.
Permita-se o mundo , não apenas o alcance.
Permita-se o instante, o distante, e o avante.
Permita-se ser livre pra sentir, não seja prisioneiro dos sentimentos.
Permita-se o respeito. Permita-se o grito. Permita-se o silêncio.
Permita-se ser, não permita-se a omissão.
Permita-se você, não espere que liberem a permissão.
Permita-se viver, não apenas existir.
Seja você. Permita-se. Hoje.

sábado, 27 de março de 2010

Quem é quem?

O papel de um homem e de uma mulher numa relação a dois é bem conhecida. O cara tem de conquistar, ele quem liga e é dele a responsabilidade de manter a parceira apaixonada. Pelo menos era assim até um tempo atrás. Hoje em dia as mulheres também vão à busca do parceiro desejado, mas sempre cabe a elas fazer o doce, ser conquistada e tal. Algo um tanto quanto machista ainda, ou não.
Bem, mas nós não fazemos parte desse mundinho do parágrafo acima. Somos homossexuais. Nas nossas relações, ou há dois homens ou duas mulheres, contrariando os desinformados que sempre questionam quem é a mulher de uma relação gay ou o homem de uma relação lésbica. Como se numa relação de duas pessoas fosse essencial o papel masculino e o feminino. Sabemos que não é assim. Entretanto, às vezes, dá um nó nas nossas próprias cabeças que foram educadas para uma relação hetero machista. Quem deve ligar depois do primeiro encontro? Quem tem de correr atrás? Quem conquista e quem deve ser conquistado?
Não sei bem a resposta, mas acredito que nesse jogo tem de haver dois. Não importa se há um homem e uma mulher, dois homens ou duas mulheres. Importa que haja dois dispostos a conquistarem e serem conquistados. Se ele não vem a ti, não nutra um orgulho bobo de princesa-na-torre-esperando-um-príncipe-aos-seus-pés. Vá atrás. Se quiser ligar, ligue. Mas lembre-se: tem de haver DOIS no jogo. Se perceber que está brincando sozinho, é melhor recolher as cartas e começar outra partida. Com outros jogadores, claro.

Prazer. Eu sou Fulano, advogado e heterossexual




Todos nós estamos sujeitos a sermos vistos, não pelo que somos realmente, mas por nossa identidade social. Nossa profissão, religião, poder econômico, dentre tantas outras características, formam essa tão polêmica identidade social.

Nos apresentamos, e a princípio citamos a nossa tarefa na sociedade. Uns são mais valorizados, outros menos. Mas qualquer que seja a posição da pessoa na sociedade, a orientação sexual deve estar em segundo plano.

Mas não é isso que vemos por aí. Não é difícil ver um gay ser apresentado, e ter sua orientação sexual citada nessa ‘lista’ de características sociais. As pessoas fazem questão de deixar claro que Ciclano é gay, que Beltrana é lésbica. Por quê? Se a orientação sexual nada influi na capacidade, no desempenho, ou na responsabilidade enquanto cidadão.

Também é muito comum encontrar quem se diga “sem preconceito” , não por uma característica inata, mas sim, como um slogan social. “Eu tenho um amigo, gay, e o amo!” . Não basta dizer : “Eu tenho uma amigo que amo muito!”? A tarja de gay tem que estar estampada? Sair do armário não significa estampar na cara “Eu sou gay”, e ter essa característica como a sua principal.

Vejam, o título desse texto mostra uma situação inusitada. Mas trocando a palavra heterossexual por homossexual, essa situação se repete muito no dia-a-dia. E é aí que eu quero chamar atenção. Vamos nos apresentar socialmente, não intimamente. OK?

Prazer, eu sou Kauann Natividade. Universitário, blogueiro e... cidadão!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Uma pessoa...

Estar no Armário de porta aberta é estranho. Não estou fora. Várias pessoas que convivem comigo não sabem (ou fingem não saber). Não que eu ache que elas não precisam saber, mas (sejamos honestos) por medo da rejeição, dos julgamentos, e de seu comportamento mudar depois da afirmação.
Decidi não mentir mais e responder na lata a verdade quando for requisitada. Mas quando ninguém pergunta diretamente, faço o jogo do gato-escondido-com-o-rabo-de-fora. Sempre dando uma risadinha quando alguém pergunta minha opinião sobre alguém do sexo oposto (uma daquelas risadinhas que não dizem nada). E principalmente, eu nunca saio/beijo/fico/fodo com ele ou com ela, sempre com “uma pessoa”.
É como canta Renato Russo, “...troco as pessoas, troco os pronomes...”.
Afinal, sair do armário é um processo. Como diriam nossas colegas de telemarketing, eu vou estar saindo do armário, e não, simplesmente, eu saí.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Change...


Há um velho provérbio que diz que você não pode escolher sua família. Você aceita o que o destino lhe dá. E gostando deles ou não, amando-os ou não, entendendo-os ou não, você se adapta a eles. Aí tem também aquele que diz que a família onde você nasce é simplesmente o ponto de partida. Eles te alimentam, te vestem e tomam conta de você até que esteja pronto para cair no mundo e encontrar sua própria família, sua tribo.

O problema é quando a sua tribo não é bem o que eles esperavam. Daí pronto, as coisas ficam loucas. Por que tentariam se adaptar quando eles pensam que você que tem que se adaptar a eles?! Afinal de contas você passou a sua vida toda fazendo isso e não seria agora, depois de tanto investimento, que o filho pródigo os daria as costas.

E daí no meio de toda confusão é que vem a conhecida frase: Você tem que mudar! [só lembrando que essa frase tem incontáveis variações.] Ai ai, mudanças. Nós não gostamos delas. Nós as tememos. No entanto, não conseguimos evitá-las. Ou nos adaptamos às mudanças, ou somos deixados para trás. Crescer é doloroso. Qualquer um que te disser que não, está mentindo. Mas aqui vai a verdade: às vezes, quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas. E às vezes,oh, às vezes mudar é bom. Às vezes mudar é tudo.

Mudar de atidute, mudar de parceiro ... mudar de família?! Pode?! E se a sua família mudasse por você, será que isso não seria uma mudança de família? Alguns vão questionar se é justo alguém mudar por causa de outro alguém. Mas, me diz você, quantas coisas você já teve que mudar pelos outros? Quantas vontades continuam vontades pelos outros? Quantas mentiras foram inventadas pelos outros? Quantos desejos são reprimidos pelos outros? Sim, você mudou pelos outros e isso não é justo.

A vida é cheia de mudanças mesmo. Adaptação é apenas um sinônimo simpático e disfarçado, igualmente discarado, que arrumaram para a palavra. Mas quando essas mudanças envolvem família tudo fica mais difícil. É aquela velha história dos laços de união inexplicáveis que todo mundo já ouviu falar.

Eu não tenho idéia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo. Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. Seja lá do que a gente tenha medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir

Enfim, não fique em autoflagelação por mudanças impostas impossíveis de serem feitas, mas sim por mudanças que já foram feitas e que não deviam.

domingo, 14 de março de 2010

Enfim, sós...


Tendo como inspiração o post Happily n'ever after... , estive pensando em uma coisa, em como as pessoas, em algum momento da vida, sentem a NECESSIDADE de casar, ou se juntar, como queiram chamar.
Independente de “mundo GLBT” (como se existissem submundos, eu hein... enfim) ou não, mas parece que essa coisa de que o ser humano não foi feito pra viver só é mesmo verdade.
Geralmente quando jovens, os meninos (independente de orientação sexual) dizem que querem ser solteiros pro resto da vida. Curtir a vida, num é assim que a gente fala? Já as meninas não, as meninas são mais sonhadoras. Desde criança planejam o seu casamento. Se brincar, até o vestido é planejado ainda na infância. Enfim, mas mesmo os meninos, quando chegam em certa idade, bate aquela vontade de dividir aquela cama enorme de casal com alguém.
Por que isso? Não sei exatamente. Uns dizem que é a necessidade humana de uma companhia. Outros dizem que é o medo de ficar só durante a velhice. A meu ver, as duas alternativas estão certas, e ainda acrescento mais uma. Pra mim, essa necessidade humana de ‘ter alguém pra chamar de SEU’, é por um motivo bem simples, chama-se carinho.
O dia-a-dia tem sido muito robótico. As pessoas na rua estão cada vez mais... frias não, congeladas praticamente. E no mundo GLBT ainda tem um ‘agravante’, carinho em publico, por menor que seja, ‘não pode’. Então essa questão do casamento, me parece, que é um instinto humano. Tipo, se tenho alguém pra chamar de ‘MEU’, então eu tenho ‘o carinho nosso de cada dia, nos dai hoje’ , entende?
É como um porto seguro sentimental. E isso é bom mesmo. Quem não gosta de ser paparicado? Tem coisa melhor do que ter a pessoa amada ao seu lado? Claro que não... Tenham certeza, se ainda não é casado, e pensa que não vai querer casar nunca, aguarde...

sábado, 13 de março de 2010

Mundo Gay

Alguns dizem que o mundo é gay... sinceramente não sei de que mundo falam. Wonderland ou Neverland talvez.
Aqui, no mundo que vivo, mães choram por terem filhos gays, jovens são humilhados em escolas, namorados presos por beijarem em público e religiosos consideram homossexuais uma praga tão terrível quanto a fome.
Alguns de nós parecem achar isso normal, afinal somos nós os errados e fracos da história. Temos que nos conformar com nossas vidas duplas. Ser militante é ser idealista utópico, boba criança imatura que pensa que vai mudar o mundo. Mas dizem que as crianças têm a maior sabedoria, e que como elas, ninguém é feliz. Sou uma criança então, vou gritar e espernear, para que não me levem meu brinquedo precioso, minha liberdade.
O mundo não é gay, nunca será e não devemos lutar por isso. Lutemos pela direito de ser diferente, lutemos pelo direito de amar, pelo direito de não ser comparado a estupradores e pedófilos. Somos adultos, fazemos sexo consensual, mais que isso, fazemos amor, um amor recíproco e legítimo que não tem motivos para se esconder.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Homo Erectus

De Rodrigo Burdman, uma adaptação do conto de Marcelino Freire.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Happily n'ever after...


Prometo amá-lo na alegria na tristeza ...

Quantos casais gay chegam a pensar nessa frase? E quantos chegam a concretizar a essência da mesma? De acordo com várias pesquisas realizadas em diferentes partes do globo há uma unanimidade quanto o resultado: 'Relacionamentos gay duram em média 89% menos do que os relacionamentos heteros.'

E o que explicaria essa pouca durabilidade? Alguns institutos de pesquisas apontam para causas biológicas já outros para razões psicológicas e sociais. Mas, o fato de duas pessoas do mesmo sexo viverem juntas como um casal, com certeza é algo intrigante do ponto de vista cientifico. Já ficou provado que os relacionamentos não-heteros possuem uma frequência de brigas muito maior do que outros relacionamentos.

Será que toda essa história de porcentagens é válida ou será que a comunidade se aproveita das pesquisas já existentes para trair? Bem, agora fica a dúvida as pesquisas são válidas porque relatam o real comportamento das pessoas ou as pessoas se aproveitam das pesquisas para terem certos comportamentos e ainda sairem como estatística?

De fato, não precisamos de muitas pesquisas para constatar o quão instável o mundo gls é. Basta olhar para o lado, para o nosso circulo de amizades. Quantos de nossos amigos gays estão em um relacionamento sério? Anham, a resposta, infelizmente, é insatisfatória e negativa, pois , confirma todas as pesquisas feitas, na sua maioria, por instituições religiosas ou não defensoras dos direitos homossexuais.

E com toda essa instabilidade surge a palavrinha rótulo "promiscuidade". Você fica com um ali, com outro lá e depois acolá. Pronto, aos olhos dos outros você é "promiscuo". Mas, será que vale mesmo a pena isso? [não que seja errado fazer isso desde que com camisinha né galera] Será que não lançar âncora em um porto seguro é mais vantajoso do que ficar à deriva?

Creio que cada um sabe o que é melhor para si, ou pelo menos devia saber. O que não vale é depois na roda de amigos dizer que não encontrou o par ideal, quando na verdade você não é o ideal.

... até que a morte nos separe.


quarta-feira, 10 de março de 2010

Mentir por quê?


Imaginem a situação:
Um casal de namorados, heterossexual, chegam juntos a uma festa. No meio da festa, em uma roda de conversa, eles são questionados: o que vocês são um do outro?
O rapaz enamorado se sente obrigado a responder que é “amigo” da garota.
Como assim? Eles são namorados, se amam, então por que têm que mentir? Imagine só, a garota não irá gostar nada disso! Não, isso é surreal, isso não existe!
Por incrível que pareça isso acontece, e digo mais, a toda hora, e em todos os lugares. Só que com uma diferença, acontece com casais homo afetivos.
É justo? Não, claro que não! Temos o mesmo direito de amar. Ou agora o amor é um direito somente dos heterossexuais?
Aprendi ainda quando criança que mentir é errado. Vocês aprenderam isso também? Acredito que sim...
Então por que mentimos? Por que fingimos ser quem não somos? Lembrem-se, o que mais vale é a liberdade de ser quem vos são!

terça-feira, 9 de março de 2010

Faça acontecer...

'Should I stay or should I go?' Já dizia o cantor. E tenho certeza que muitos de vocês já passaram por isso. Devo ou não chegar nele?! Será que ele joga no 'time'? E se ele for hetero?

Anham é isso aí galera, temos medo de nos permitir. Medo de um não, medo de uma decepção, da exposição e medo da nossa própria imaginação. Por vezes deixamos o alguém que poderia ser a nossa 'pessoa', a pessoa para quem contariamos tudo, dividiriamos a cama, os anseios e tudo mais, passar na nossa frente sem nem ao menos olhar por medo. O medo congela, paraliza, nos deixa impotentes perante os nossos sentimentos.

Fica aqui uma dica de filme: 'Latter Days'



Porque a diferença é você quem faz. Então faça acontecer.

Fogo Amigo

Na guerra, quando o tiro de um combatente atinge um de seus colegas, é dito que houve fogo amigo. Se considerarmos todos como um corpo só, diria que é como atirar no próprio pé.
É isso que vejo em alguns homossexuais. Másculos falando mal de afeminados. Lésbicas xingando travestis. São tantos exemplos de fogo amigo no mundo gay que seria desperdício de tempo e caracteres citar todos aqui.
Não me acho menos gay que um transsexual, nem mais que um bissexual. Não há uma escala de pontos, em que quem tem mais pode sofrer mais. Não vejo assim. Vejo seres humanos tentando expressar o que são realmente. Isso sim é válido. Isso sim basta para querer defendê-los.
Uma vez li que a dignidade humana está em cada indivíduo, mas que é só uma. Quando um só indivíduo não está sendo tratado de forma digna, ninguém está. Ferir a dignidade de alguém é ferir a si mesmo e a todos os outros.
Homofobia, bifobia, transfobia são todas iguais, são agressões à dignidade de homossexuais, bissexuais, transsexuais e também heterossexuais. Agressões à humanidade como um corpo só. Um tiro no pé, por assim dizer.

sábado, 6 de março de 2010

Pense rápido!


Ele: E aí, que vai fazer amanhã?
Ela: Hmmm... (momento de criatividade reflexão)... vou a um aniversário!
Ele: De noite?
Ela: O dia todo! 

Como nossa amiga hetero aí, também temos que pensar rápido para escapar de certas ciladas... 

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sex and vodka


Sejamos práticos. Como você gosta de fazer?
Sim, você leu isso e pode ter certeza que eu estou falando daquilo. As pessoas se assustam com esse tipo de pergunta. Imagine a seguinte cena: Um casal de namorados, deitado na cama, assistindo TV e de repente um deles solta a seguinte frase; Como você gosta de fazer, 'mow'? Chocante?! Assustador?! Não, apenas sensato.

As pessoas são egoístas no sexo. Ambas estão ali procurando prazer, mas e dar prazer?! Será que isso vem a mente de alguém durante o ato? Por isso o choque. Por que alguém faria esse tipo de pergunta? É aí que entra toda a lógica do sentimentalismo meloso e romântico. Existe sexo sem amor? Lógico que sim. Dois corpos ocupando o mesmo espaço [numa cama ou onde acharem melhor] em busca do prazer. Cada um se virando como pode.

As pessoas não conversam durante o sexo. Não procuram saber o que o outro está achando ou o que deixou de achar. Simplesmente seguem o protocolo. "Toma lá dá cá." E ao final de todo teatro bebem. Bebem para esquecer o quão terrivel foi mais uma transa com um 'nickname'.

terça-feira, 2 de março de 2010

Somente das mulheres ...

Dia 8 de março, dia internacional da mulher ...
Leram direito ? DA MULHER !!!! Uma data muito merecida, pra uma classe que vive de tantas lutas!
Muito bem! Mas nós que somos gays, nessa data, somos muito zoados! Piadas de mal gosto, que deixam qualquer um sem graça em público são sempre ditas nessa data! Muitos taxam os homossexuais de ‘mulherzinha’, e ficam parabenizando-os como se os gays fossem também uma mulher!
Vamos mostrar que essa data não nos atinge, que somos homens sim. Mais que isso, vamos mostrar que somos mais homens do que esses heterossexuais que se acham no direito de zombar dos gays. Vamos mostrar que ser homem não é se sentir atraído por mulher. Mostremos a eles que ser homem é mais que isso. Ser homem é ter caráter, é ter ética, é respeitar o próximo, é aceitar a diversidade!
E só pra lembrar: não é um jeito afeminado que vai te deixar com menos direito de ser respeitado. Sejamos fortes e unidos. Lutemos todos contra essa brincadeira de péssimo gosto.
Então, no dia 8 de março não vamos mais tolerar as piadinhas, nem os xingamentos! Vamos revidar, não brigando! Mas sim, provando pra eles que somos tão homens quanto eles, ou mais que eles.

Quem sabe um dia

Aproveitando o post do Kauann (este aqui), posto aqui o poema de Mario QuintanaQuem sabe um dia.


Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois

Viver primeiro, morrer depois 

segunda-feira, 1 de março de 2010

Olhos fechados...pra te encontrar.

Sabe aquela velha história: Quando menos você procura, você acha?! Pois bem, a coisa não é bem assim não. Primeiro porque vivemos procurando algo [leia-se alguém], segundo porque nada acontece por acaso, está aí a teoria dos seis graus de separação pra tentar explicar isso. Enfim, o problema não está em procurar o alguém ou algo, mas sim, onde procurar esse alguém.

Os gays, lésbicas, etc convivem em ambientes digamos não propícios para o encontro do par perfeito. Claro que não estou generalizando, mas também não dá para negar que encontrar o par perfeito, numa boate cheia de luzes e com o constante tunts tunts tunts a ecoar nos seus ouvidos é uma tarefa difícil.

Como se não bastasse o ambiente não ser um dos mais adequados [se bem que hoje em dia não sei se há esse ambiente] os frequentadores tambem não ajudam. No mundo gls a frase: Vou a boate tem um sinônimo um tanto quanto peculiar; 'Vou a caça'. E não estou dizendo que isso é uma particularidade da "comunidade" não, e nem que isso é algo ruim. Mas o problema é: Se vivemos acuados, restritos a certos ambientes e esses ambientes não corroboram com um relacionameto, digamos, mais social e menos sexual, onde iremos achar o nosso alguém?!

Conclusão: Não existe lugar e muito menos o alguém. Existe você, seus sentimentos, suas necessidades e o pouco que resta da sua razão.

Até o dia em que ...

Até quando...
seremos humilhados em praça pública...
seremos taxados de pervertidos...
seremos discriminados por “detentores dos padrões”...
e impedidos de amar...
e chamados de transviados...
e excluídos da sociedade?
Até o dia em que ...
lutemos contra eles...
e gritemos por nossos direitos...
e impeçamos as gargalhadas...
e os xingamentos...
e mostremos nossos talentos...
e nossos princípios...
e nossas caras...
e provemos que podemos, sim!
Porque antes de tudo, somos humanos. E vivemos, e sentimos, e amamos... e por isso não permitamos, jamais, que só eles detenham o direito de ser quem vos são! Sejamos nós também, quem somos!

E as mãos eram dadas...


Esta noite tive um sonho. E no sonho, eu vivia em uma cidadezinha chamada “Respeitrópolis” . Nesse sonho ninguém precisava se omitir, nem dar explicações do porque ser feliz. Não existia maldade nos olhos dos outros. As mãos eram dadas, os beijos realizados, mas no sonho, isso acontecia em publico. E ninguém olhava torto. E não se zombava. E não discriminavam. Porque no sonho, bastava amar pra poder estar juntos. Em “Respeitrópolis” valia dançar homem com homem, e mulher com mulher. Valia até mesmo dançar homem com mulher. Porque não? Valia ser feliz. Valia viver. Nesse sonho não existia ‘diversidade’, porque todos eram iguais perante o amor. As pessoas respeitavam o arco-íris. Porque a cor não importava. O gênero muito menos. O que importava, era apenas o sorriso sincero. A beleza do viver. A humildade de poder ser feliz. E deixar que o próximo também pudesse fazer sua escolhas, mesmo que a escolha fosse também ser feliz. De repente acordei. Olhei pela janela e vi que aquilo era só um sonho. Pensei em voltar a dormir. Desisti. Resolvi sair na rua, e transformar esse sonho em realidade.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Morrer disso...

Tem gente que acaba morrendo disso...



... e não tem graça alguma.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

'Ledo engano´?

O que se pensa por aí é que todo gay tem vontade de ser mulher! Confunde-se quem pensa assim!
Alias, pior que isso! É fácil ouvir por aí, quando se sabe de um casal homo afetivo, uma pergunta, se não preconceituosa, um tanto ignorante: “ ...e quem é a mulher ?”
Que ridículo, em pleno século XXI e ainda não sabem identificar uma relação entre homossexuais! Se houvesse uma mulher na relação, acredito eu que seria uma relação heterossexual! Ou será que estou enganado?
Até onde se tem conhecimento, um homem porta o órgão genital diferente do da mulher, e não é o fato de relacionar-se dois homens que fará mudar essa condição ( a não ser, por opção pessoal, em caso de cirurgia).
É fácil entender esses casos, de ignorância (isso mesmo, ignorante quem pensa assim), em um país em que a “heteronormatividade” reina! Uma pena, dessa forma só retrocedemos!
Onde quero chegar? Dá pra entender que respeito é um direito de todos? E não pelo fato de dois homens se apaixonarem, namorarem, viverem juntos ... ou mesmo apenas sexo, não se torna menos homem, ou mais mulher! E dessa forma, não se admite ser tratado como se fosse uma mulher. Simplesmente pelo fato de que, não é esse o critério a se levar em conta quando se define o sexo de alguém! Entendo que até pode ser um critério a se levar em consideração quando se avalia a “orientação sexual” , o que é muito diferente!
Não se deixem enganar, pense antes de agir! Pode ser difícil fazer isso quando há muito preconceito impregnado na sociedade! Mas tente, é possível sim!!

Por eles

Podemos nos amar em segredo. Não precisam nos ver de mãos dadas, mesmo que você queira sentir-me ao seu lado. Não precisam nos ver abraçar, mesmo que queira o meu corpo perto do seu. Não precisam nos ver beijar, mesmo que sua boca deseje a minha. Não precisam saber que me ama, nem precisam saber que te amo.

Então por eles, não segure minha mão. Por eles, não me abrace. Por eles, não me beije.

Só o faça se for por você e por mim, mesmo que seja na frente deles.